31 dezembro, 2006

30 de DEZEMBRO de 2007



Luto pela PAZ dos HOMENS

23 dezembro, 2006

Boas Festas


Feliz Natal a todos
Beijinhos e muitos presentes no sapatinho.

13 dezembro, 2006

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.


Vinicius de Moraes

11 dezembro, 2006

Frio e mais frio


Mas não é o suficiente...

A porta do inverno e as serras Nordicas sem NEVE, os animais ainda sem começarem a invernar, o ecosistema a alterar-se a olhos visto, e ..., quando se fala em tomar medidas, compram-se direitos. isto é absurdo.

Quando é que se cria consciência que se tem de tomar medidas urgentes.

Ontem já era tarde.

Pinochet

Os processos contra Pinochet devem continuar, ele não é o único responsável pelas atrocidades feitas. Os inocentes têm o direito que se faça Justiça.

05 dezembro, 2006

Enviaram-me este video e não resisti em publicalo, é uma peça de teatro carnavalesca realizada em Uruguai. Vale a pena ver até ao fim.

04 dezembro, 2006

Eleito e Reeleito, esse é o problema.








Chávez fue reelegidocon 61% de los votos El Universal (Venezuela)






Oposición reconoció derrotaRosales: El margen de diferencia de los resultados es más pequeño El Nacional (venezuela)





Chavez wins Venezuela election BBC News (UK)





Hugo Chávez reeleito Publico (PT)





Chávez logra su tercer mandato en Venezuela tras vencer a Rosales EL Mundo (ES)

Dá que pensar, como alguém como Hugo Chavez consegue ser reeleito num pais que se diz "democrata".

Muito de há-de escrever e pouco acertar, sabendo o que aconteceu a Cuba, já para não falar na ex - União Soviética, ainda há quem vote num projecto obsoleto com provas dadas do seu fracasso.

E contudo isto ELE voltou a ganhar as eleições

Venezuela, que será de ti?

22 novembro, 2006

Povo que lavas no Rio


Mariza

20 novembro, 2006

Pedra Filososal


Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
António Gedeão

Uma semana para divulgar a Ciência

Coordenada pela Ciência Viva, Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, nesta semana está ainda previsto o funcionamento de oficinas e ‘workshops’, exposições, uma mostra cinematográfica, tertúlias, passeios científicos, palestras, conferências e colóquios e ainda uma exposição no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, comemorativa do centenário do nascimento do professor e divulgador científico Rómulo de Carvalho, que, como poeta, usou o pseudónimo António Gedeão.

05 - Animusic

13 novembro, 2006

Gostei de saber



O Ministério do Ambiente Japonês proíbe as luzes acesas depois das 20:00, com o objectivo de poupar energia, e o cumprimento do Protocolo de Quioto.

Tratado de Quioto

"Portugal classificou-se em 19.º lugar em termos de performance climática numa lista de 56 países que representam 90% das emissões de dióxido de carbono, revela hoje um estudo europeu que contou com a participação da Quercus."


"Nunes Correia explicou que Portugal espera cumprir o protocolo de Quioto utilizando mais amplamente os mecanismo de apoio ao "desenvolvimento limpo", previstos pelo protocolo, e que prevêem a execução de projectos respeitadores do ambiente em países terceiros, com obtenção de créditos nas quotas de emissão de gases para a atmosfera. " Lusa


Isto é o que eu não entendo, se o objectivo é diminuir a emissão de gases para a atmosfera para cumprir o Protocolo de Quito, como é que o nosso Governo diz que atinge o objectivo se para tal esta usado um artificio. Sempre a contornar a verdade dos factos.

10 novembro, 2006

"Amigo"

Quero ser teu amigo
Nem demais e nem de menos
Nem tão longe e nem tão perto
Na medida mais precisa que eu puder
Mas amar-te como próximo, sem medida,
E ficar sempre em tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber
Sem tirar-te a liberdade
Sem jamais te sufocar
Sem forçar a tua vontade
Sem falar quando for a hora de calar
E sem calar quando for a hora de falar
Nem ausente nem...
Nem ausente nem presente por demais,
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo,
Mas confesso,
É tão difícil aprender,
Por isso, eu te peço paciência
Vou encher este teu rosto
De alegrias, lembranças!
Dê-me tempo
De acertar nossas distâncias!


Fernando Pessoa

08 novembro, 2006

Freedom

Momentos

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem
momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis
e pessoas incomparáveis."

FERNANDO PESSOA

07 novembro, 2006

06 novembro, 2006

05 novembro, 2006

Grammy Latino 2006

Shakira leva 4 Grammy Latino: melhor canção, disco do ano, melhor composição e melhor vocalista feminina.

04 novembro, 2006

A união faz a FORÇA

"Mais de 22 mil pessoas manifestaram-se hoje no centro de Londres no âmbito de um dia de acção mundial contra as alterações climáticas, organizado a dois dias do arranque da Conferência das Nações Unidas sobre o clima, em Nairobi, no Quénia." Publico

Climate Chaos

Europeus despertam para importância da proteção climática




União Européia garante que cumprirá metas de Kyoto

Zapatero: 'El cambio climático ha provocado ya más muertos que el terrorismo internacional'


Contudo isto, espero que não fique só na boa vontade e passemos a acção.

03 novembro, 2006

Tranquilidad

29 outubro, 2006

Novela - MST (parte II)

Desapareceu o argumentista da blogosfera.

E tudo o vento levou, e a semente da desconfiança ficou lançada.
Acção, drama e mistério
Melhor dito:
Difamação, insultos e confusão
Foi tudo o que ficou.

Romance ingénuo de duas linhas paralelas


Duas linhas paralelas
Muito paralelamente
Iam passando entre estrelas
Fazendo o que estava escrito:
Caminhando eternamente de infinito a infinito
Seguiam-se passo a passo
Exactas e sempre a par
Pois só num ponto do espaço
Que ninguém sabe onde é
Se podiam encontrar
Falar e tomar café.
Mas farta de andar sozinha
Uma delas certo dia
Voltou-se para a outra linha
Sorriu-lhe e disse-lhe assim:
"Deixa lá a geometria
E anda aqui para o pé de mim...!
Diz a outra: "Nem pensar!
Mas que falta de respeito!
Se quisermos lá chegar
Temos de ir devagarinho
Andando sempre a direito
Cada qual no seu caminho!"
Não se dando por achada
Fica na sua a primeira
E sorrindo amalandrada
Pela calada, sem um grito
Deita a mãozinha matreira
Puxa para si o infinito.
E com ele ali à frente
As duas a murmurar
Olharam-se docemente
E sem fazerem perguntas
Puseram-se a namorar
Seguiram as duas juntas.
Assim nestas poucas linhas
Fica uma estória banal
Com linhas e entrelinhas
E uma moral convergente:
O infinito afinal
Fica aqui ao pé da gente.

José Fanha, Eu Sou Português Aqui

28 outubro, 2006

Novela - MST

Tudo isto parece uma novela mexicana, já só faltam os "mortos" falarem. Preferia que fosse uma novela Brasileira, pelo menos teria sempre a uma parte de sátira ou comedia, para rir um pouco.

Entre os insultos à Blogosfera e ao Jornalismo, este "senhor" está-se a esquecer que também ele é jornalista e escritor, e que por uns não pagam os outros. Dispenso os insultos.
Fá-lo logo perder a razão.


Os prós e contras (como em tudo na vida)
O expresso de Hoje MST
O Bufo
→ Corajosos, mas só dentro do bunker

O país das invejazinhas
Pode compreender-se que haja quem goste de insultar de cara tapada
Mais um plágio, mais uma voragem!

Miguel Sousa Tavares ameaça denunciar suspeitos de calúnia

Praxe à quanto obrigas







A reitora da Universidade de Aveiro supendeu a Praxe academica, abençoada.




A Praxe não pode ser algo que prejudique os alunos e muito menos que vá contra os princípios morais e físicos de cada individuo.


Será que o objectivo de integração dos novos alunos não estará a ser confundido com humilhação.

15 outubro, 2006

IgNóbil

Prémios:
...
Ornitologia - Ivan Schwab, da Universidade da Califórnia Davis, e Philip May, da Universidade da Califórnia Los Angeles, pelo seu trabalho pioneiro sobre a capacidade dos pica-paus em evitar dores de cabeça.
...
Nutrição - Wasmia al-Huty, da Universidade do Kuwait, e Faten al-Mussalam, da Autoridade Pública do Kuwait para o Meio Ambiente, por mostrarem que besouros que comem estrume são na verdade exigentes na escolha da sua refeição.
...
Paz - Howard Stapleton da Merthyr Tydfil, de Gales, por ter inventado um repelente eletromecânico de adolescentes. O aparelho emite um barulho irritante projetado para ser ouvido apenas por adolescentes, e não por adultos. Anteriormente ele usou a mesma tecnologia para fazer ligações telefónicas ouvidas unicamente por adolescentes e não pelos seus professores.
...
Acústico - Três cientistas americanos, Lynn Halpern, Randolph Blake e James Hillenbrand, por conduzirem experiências para saber porque as pessoas não suportam o som de unhas a arranhar o quadro negro.
...
Medicina - Francis Fesmire, da Universidade do Tennessee, pelo seu trabalho "Tratamento de soluços com massagem digital rectal".
...
Física - Basile Audoly e Sebastien Neukirch, da Universidade de Paris, por terem enfim desvendado porque o esparguete seco tende a partir-se em mais de dois pedaços.
...
Biologia - Também premiado pela pesquisa com queijos, Bart Knols da Universidade Agrícola de Wageningen, na Holanda, pela sua contribuição para a pesquisa que mostra que os mosquitos fêmea da malária são atraídos pelo odor do queijo limburguer e do chulé.
...
Outros - Os últimos vencedores do prémio foram Don Featherstone, criador do flamingo rosa de plástico, Kees Moeliker, que registou o primeiro caso cientificamente comprovado de necrofilia homossexual em patos, e Stefano Ghirlanda, co-autor do estudo "Galinhas Preferem Humanos Bonitos".

Indiscrição...


Baby Shower! - video powered by Metacafe

Imagens nunca vistas de SATURNO


10 outubro, 2006

Cellular Visions: The Inner Life of a Cell


The Inner Life of a Cell, an eight-minute animation created in NewTek LightWave 3D and Adobe After Effects for Harvard biology students

N Vale a pena ver

09 outubro, 2006

Teste Nuclear







Nem toda pressão sobre o governo Norte Coreano fez com que desistissem de tal ideia.

07 outubro, 2006

Nuclear, Não Obrigada










Quantas catástrofes ecológicas têm de existir, quantos mortos, quantas aberrações da natureza? Para que os nosso “governantes” parem um pouco para pensar no que andam a fazer ao PLANETA.
Não há dia que não apareça numa primeira página uma catástrofe qualquer, uma desgraça, e os testes nucleares persistem em serem feitos. Que contra senso, ou melhor dito, que falta de respeito pela dignidade do SERES VIVOS.

Imagens inéditas Marte


A agência espacial norte-americana (NASA) revelou hoje imagens inéditas de uma enorme cratera de Marte que, acredita, podem ajudar a compreender melhor a vida do planeta, desde a sua formação aos nossos dias.

05 outubro, 2006

Ainda que mal

Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entendas,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda, assim, pergunto:
me amas?
E me queimando em teu seio,
me salvo e me dano...
... de amor.


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

03 outubro, 2006

Nobel da Física

O Prémio Nobel da Física 2006 foi hoje atribuído aos norte-americanos John C. Mather e George F. Smoot pelos seus trabalhos na área das radiações cósmicas, que permitem uma melhor compreensão sobre o Big Bang, o fenómeno que terá originado o universo. (Publico)

02 outubro, 2006

Prémios Nobel da Medicina 2006

Norte-americanos Craig C. Mello, professor de medicina molecular, à esquerda, e Andrew Z. Fire, professor de patologia e de genética, à direita, receberam o Prémio Nobel da Medicina, segunda-feira, pelas suas descobertas sobre informação genética.
A descoberta "é de extrema importância" para a terapêutica, uma vez que abre caminho na procura de mecanismos de protecção da célula. Este mecanismo explica a sobrevivência da célula, nomeadamente quando sofre agressões, como durante uma infecção viral, por exemplo.

30 setembro, 2006

Dia Mundial da Música


A Casa da Música comemora o Dia Mundial da Música com três espectáculos, uma conferência e vários "workshops", com destaque para as efemérides de Mozart, Shostakovich, Schumann e Lopes-Graça.

27 setembro, 2006

Gravidade zero

Médicos realizam primeira cirurgia sob gravidade zero num ser humano.
A primeira operação cirúrgica em condições de ausência de gravidade foi hoje realizada por uma equipa francesa a bordo de um avião e "decorreu sem qualquer dificuldade particular", anunciaram as autoridades médicas.
PUBLICO.PT

26 setembro, 2006

Balada da neve


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.


Augusto Gil

23 setembro, 2006

Amizade

Eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enloqueceria se morressem todos os meus amigos.

Fernando Pessoa

Já não me importo

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.
Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei
Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,
Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,
Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.
E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.


Fernando Pessoa

22 setembro, 2006

Sheryl Crow & Sting - Always On Your Side

22 de Setembro


Equinócio de Outono.
E começou com tudo, frio, chuva, temporal.

Em tempo de crise

Galp baixa preço dos combustíveis pela segunda vez em três dias!

Nem dá para acreditar.
Depois de tantas subidas haver uma decida!!!!

O Universo

O universo não é uma idéia minha.
A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha idéia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse

Fernando Pessoa/Alberto Caeiro

21 setembro, 2006

Pensamento

"O único sitio onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário."
Albert Einstein

Cassini


Novo anel de Saturno
descoberto pela sonda Cassini

20 setembro, 2006

Música

Novo serviço de download de música na UE.
O eMusic, uma nova plataforma de venda de música que acaba de ser lançada em simultâneo nos 25 países da União Europeia, incluindo Portugal.

Mariza


É preciso ter azar, Mariza estava a participar no Festival Internacional de Música de Banguecoque, quando foi declarado "estado severo de emergência" no país.
Golpe de Estado na Tailândia

18 setembro, 2006

Degelo







Desprendimento da parte da frente do glaciar Helheim Gletscher, a sueste da Groenlândia, Maio de 2005. Este glaciar é um dos que mais rapidamente se está movendo do mundo. (Fotos: ASA/Science)

15 setembro, 2006

HAT-P-1 - Novo Planeta Gigante


Se Plutão deixo de ser classificado como planeta devido a definição do que era um "planeta". Este novo planeta encontrado 450 ano-luz da TERRA, poderá obrigar a reavaliar as teorias sobre a formação dos planetas.

...
"O HAT-P-1 é o maior planeta alguma vez detectado, com um diâmetro quase um terço maior do que o de Júpiter mas com metade do peso. Contrariamente a Júpiter, Saturno e a outros “gigantes de gás”, este planeta não tem um núcleo sólido, afirmam os cientistas do Observatório Astrofísico Smithsonian, da Universidade de Harvard." O Publico

Fado português

O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.
Ai, que lindeza tamanha,
meu chão, meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.
Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.
Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.
Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

José Régio

12 setembro, 2006

11 de Setembro 2001


Por mais simbolismos,
apelos a paz,
o terrorismo não descansa.

Onde anda a liberdade dos HOMENS?

09 setembro, 2006

REVERÊNCIA


Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer,
O quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e reflectir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso, e com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivênciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem para fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.

E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer adeus.
Principalmente quando nos sentimos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente eléctrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois.
Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las. Ter a noção exacta de nossas próprias vidas,
Ao invés de ter noção da vida dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Carlos Drumond de Andrade

08 setembro, 2006

Nuclear? Não obrigada.


Atomic Bomb


A bomba é um segredo de polichinelo

"... A receita para construir uma bomba atómica é um segredo difícil de desvendar ou está ao alcance de qualquer pessoa com sólidos conhecimentos de física?...
O projecto começou com Dave Dobson e David Pipkorn, seleccionados porque, apesar de físicos, eram perfeitos "inocentes nucleares." Mas Pipkorn deixou o trabalho e foi substituído por Bob Selden. As regras do jogo eram "descobrir se é possível conceber um explosivo nuclear credível, com um esforço modesto de poucas pessoas com boa formação e sem acesso a fontes classificadas. O objectivo é desenvolver planos para um explosivo nuclear que permitisse a uma pequena nação ganhar uma vantagem significativa em termos internacionais." Deveriam imaginar-se cientistas com as condições que teriam os de um pequeno país não industrializado.
Mesmo nesses tempos pré-Internet, o projecto foi um sucesso. ..."
(Publico)


Uma semana depois de Teerão ter recusado suspender enriquecimento de urânio (07 de Setembro 2006)
Potências mundiais discutiram aprovação de sanções contra o Irão

06 setembro, 2006

Indignação!!!!!!!!!!!!!!

Corrupção: Inquérito a Fátima Felgueiras arquivado

Vale a pena ser-se politico neste pais
Vale a pena fugir a Justiça
Vale a pena brincar com o dinheiro dos contribuintes
Que neste pais ninguém é responsabilizado por nada

04 setembro, 2006

03 setembro, 2006

Eu sei e você sabe?

Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.


Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!


Vinicius de Moraes

15 agosto, 2006

POEMA EM LINHA RECTA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Alvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Em todos os jardins

Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como um beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.

Sophia de Mello Breyner Andresen

28 julho, 2006

Daqui a um mês....talvez menos



Ferias,
já não era sem tempo.

27 julho, 2006

As palavras ausentes

Junto a ti
É que eu aprendi
A deixar ficar o silêncio
As palavras ausentes
Foi assim
Aprendi assim
Que é bom ficar em silêncio
Quando o amor, manda
Ai, é a saudade quem fala assim
É o amor que se ouve assim
Neste silêncio em que eu descobri
Que é bom ficar junto a ti
Foi assim
Aprendi assim
A deixar ficar o silêncio
As palavras ausentes
Ai, é a saudade quem fala assim
É o amor que se ouve assim
Neste silêncio em que eu descobri
Que é bom ficar junto a ti
Neste silêncio em que eu aprendi
A ficar bem junto a ti
Neste silêncio que descobri
Quando estou bem junto a ti
Letra de Pedro Ayres Magalhães

25 julho, 2006

Devagar

Não: devagar.
Devagar, porque não sei
O
nde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?

Fernando Pessoa

Pierrot


O amor, quando se revela...

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa

24 julho, 2006

23 julho, 2006

Protecção do planeta apagada da lista de objectivos da NASA

A alteração foi uma desagradável surpresa para os cientistas da agência, para quem o “compreender e proteger” o planeta fazia parte das prioridades. Sem a frase, dizem, vai haver muito menos incentivos para continuar projectos sobre a compreensão de problemas como as alterações climáticas.
“Estão a deixar claro que têm a autoridade para fazer esta alteração, que é o Presidente quem define os objectivos da NASA e que preferem que a NASA trabalhe em algo que não lhes cause problemas”, disse Hansen.
Será que o Sr. Presidente não ve que o planeta corre serios riscos?
É de lamentar Sr. Presidente.

20 julho, 2006

He andado muchos caminos

He andado muchos caminos,
he abierto muchas veredas;
he navegado en cien mares,
y atracado en cien riberas.

En todas partes he visto
caravanas de tristeza,
soberbios y melancólicos
borrachos de sangre negra,
y pendantones al paño
que miran, callan, y piensan
que saben, porque no beben
el vino de las tabernas.

Mala gente que camina
y va apestando la tierra...

Y en todas partes he visto
gentes que danzan o juegan,
cuando pueden, y laboran
sus cuatro palmos de tierra.

Nunca, si llegan a un sitio,
preguntan adónde llegan.
Cuando caminan, cabalgan
a lomos de mula vieja,

y no conocen la prisa
ni aún en los días de fiesta.
Donde hay vino, beben vino;
donde no hay vino, agua fresca.

Son buenas gentes que viven,
laboran, pasan y sueñan,
y en un día como tantos,
descansan bajo la tierra.

António Machado

19 julho, 2006

Ministra da Educação vai ao Parlamento na quinta-feira explicar exames no secundário

E os “incompetentes” são os professores.
Não haverá aqui um contra senso Sr.ª Ministra

18 julho, 2006

Coisas sagradas na vida

"Só havia três coisas sagradas na vida: a infância, o amor e a doença.
Tudo se podia atraiçoar no mundo, menos uma criança, o ser que nos ama e um enfermo.
Em todos esses casos a pessoa está indefesa. "

Miguel Torga

17 julho, 2006

La palabra infinito

La palabra infinito es infinita,
la palabra misterio es misteriosa.
Ambas son infinitas, misteriosas.
Sílaba a sílaba intentas convocarlas
sin que una luz anuncie su dominio,
una sombra señale a qué distancia de ellas
está la opacidad en que te mueves.
Van a algún punto del resplandor y anidan,
cuando las dejas libres en el aire,
esperando que un ala inexplicable
te lleve hasta su vuelo.

¿Es más que su sabor el gusto de la vida ?

Ida Vitale

13 julho, 2006

Deuses, forças, almas de ciência ou fé,

Deuses, forças, almas de ciência ou fé,
Eh! Tanta explicação que nada explica!
Estou sentado no cais, numa barrica,
E não compreendo mais do que de pé.

Por que o havia de compreender?
Pois sim, mas também por que o não havia?
Água do rio, correndo suja e fria,
Eu passo como tu, sem mais valer...

Ó universo, novelo emaranhado,
Que paciência de dedos de quem pensa
Em outras cousa te põe separado?

Deixa de ser novelo o que nos fica...
A que brincar? Ao amor?, à indif'rença?
Por mim, só me levanto da barrica.

Álvaro de Campos

10 julho, 2006

O Fantasma Esquecido?

Governo: caso de gripe das aves em Espanha não provoca alarme em Portugal

Mundial 2006


E ainda ganha o prémio de melhor jogador do Mundial?
Onde fica o'fair-play'?
E o exemplo para as gerações futuras?
Nada justifica tal atitude.

07 julho, 2006

Não

Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...

Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...

Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?

(Álvaro de Campos)

Presságio

O AMOR, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

(Fernando Pessoa)

02 julho, 2006

Força Selecção


Portugal nas meias-finais do Mundial 2006
Com Ricardo a brilhar ao defender três remates, ninguém para Portugal....

29 junho, 2006

A VIDA DE FAMÍLIA

a vida de família tornou-se bem difícil
com as contas a pagar os filhos a fazer
ou a evitar a ranhoca a limpar

a vida de família não tem razão de ser
não tem ração de quer

era vida de família jangada da medusa
é o tablado da antropofagia

mas ficam os retratos cristo virgem maria
e os sobreviventes, que vão chupando os dentes
Alexandre O’Neill

(in «Poesias Completas», Assírio e Alvim)

Fico assim sem você

Abdullah / Cacá Moraes

(Adriana Calcanhoto)
Avião sem asa,
fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola,
Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes vão poder falar por mim
Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço,
Namoro sem abraço
Sou eu assim sem você
Tô louco pra te ver chegar
Tô louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas
Pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por quê? Por quê?
Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes vão poder falar por mim
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

Por quê?

Ao vento


Al viento le hablo
E al tiempo le cuento
Que nada digo
E nada hablo
Solo suspiro
Solo pienso
Que si hablo
Nada digo
Y si digo
Nada hablo


28 junho, 2006

Borboleta

Os dentes cerrados encarceram
as palavras que não te direi.
Eu sou a caixa que fechaste
o grito que calaste e tudo o
que em mim tocaste emudeceu.

de:
Sarah Adamopoulos

Poesia

Poesia-cão

Com que então, coração,
poesia-aflição!
Antes poesia-cão
que é melhor posição.

Já que não és capaz
dos efes e dos erres
dessa soletre mão
que é a que preferes,

meu tolo desidério,
talvez seja mais sério
não te tomares a sério:
reduz-te ao impropério.

de

Alexandre O'Neill
Poesias Completas

14 junho, 2006

Palavras

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes


Alexandre O'Neill

07 maio, 2006

INSÓNIA

Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.

Espera-me uma insónia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

Não durmo; não posso ler quando acordo de noite.
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite –
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!

Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!

Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
E o meu sentimento é um pensamento vazio.
Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam
– Todas aquelas de que me arrependo e me culpo –;
Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam
– Todas aquelas de que me arrependo e me culpo –;
Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada,
E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.

Não tenho forço para ter energia para acender um cigarro.
Fito a parede fronteira do quarto como se fosse o universo.
Lá fora há o silêncio dessa coisa toda.
Um grande silêncio apavorante noutra ocasião qualquer,
Noutra ocasião qualquer em que eu pudesse sentir.

Estou escrevendo versos realmente simpáticos –
Versos a dizer que não tenho nada que dizer,
Versos a teimar em dizer isso,
Versos, versos, versos, versos, versos...
Tantos versos...
E a verdade toda, e a vida toda fora deles e de mim!

Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir,
Sou uma sensação sem pessoa correspondente,
Uma abstracção de autoconsciência sem de quê,
Salvo o necessário para sentir consciência,
Salvo – sei lá o quê...

Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Que grande sono em toda a cabeça e em cima dos olhos e na alma!
Que grande sono em tudo excepto no poder dormir!

Ó madrugada, tardas tanto... Vem...
Vem, inutilmente,
Trazer-me outro dia igual a este, a ser seguido por outra noite igual a esta...
Vem trazer-me a alegria dessa esperança triste,
Porque sempre és alegre, e sempre trazes esperança,
Segundo a velha literatura das sensações.

Vem, traz a esperança, vem, traz a esperança.
O meu cansaço entra pelo colchão dentro.
Doem-me as costas de não estar deitado de lado.
Se estivesse deitado de lado doíam-me as costas de estar deitado de lado.

Vem, madrugada, chega!

Que horas são? Não sei.
Não tenho energia para estender uma mão para o relógio,
Não tenho energia para nada, para mais nada...
Só para estes versos, escritos no dia seguinte.
Sim, escritos no dia seguinte.
Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.

Noite absoluta, sossego absoluto, lá fora.
Paz em toda a Natureza.
A Humanidade repousa e esquece as suas amarguras.
Exactamente.
A Humanidade esquece as suas alegrias e amarguras.
Costuma dizer-se isto.
A Humanidade esquece, sim, a Humanidade esquece,
Mas mesmo acordada a Humanidade esquece.
Exactamente. Mas não durmo.

27/03/1929


Alvaro de Campos (Fernando Pessoa)

03 maio, 2006

Sr. Presidente (Hugo Chavez)

Quando alguém quer implementar ideias do século IXX em pleno século XXI e elas ainda por cima se alastram a quase todo um continente é de pensar duas vezes, qual é a verdadeira definição de DEMOCRACIA? Será que eu aprendi a História errada ou o Sr. Presidente (Hugo Chavez) só se interessa pela parte poética da Revolução de Bolívar?

E o Sr. Presidente da Bolivia? Também não se lembra dela?

A Grancolombia já é história a muito e muito tempo.

29 março, 2006

Morte

Devia morrer-se de outra maneira.

Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimônia, viríamos todos assistir
a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão sutil... tão pólen...
como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...

José Gomes Ferreira
(1900 - 1985)

28 março, 2006

Infinito

Sociedade a quanto obrigas

A Invenção do Amor

Em todas as esquinas da cidade
nas paredes dos bares à porta dos edifícios públicos nas janelas dos autocarros mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes
na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém
no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa esperança de fuga
um cartaz denuncia o nosso amor

Em letras enormes do tamanho
do medo da solidão da angústia
um cartaz denuncia que um homem e uma mulher
se encontraram num bar de hotel
numa tarde de chuva
entre zunidos de conversa
e inventaram o amor com caracter de urgência
deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana

Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio A descoberta A estranheza
de um sorriso natural e inesperado

Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta
de um amor subitamente imperativo

Um homem e uma mulher um cartaz denuncia
colado em todas as esquinas da cidade
A rádio já falou A TV anuncia
iminente a captura A policia de costumes avisada
procura os dois amantes nos becos e nas avenidas
Onde houver uma flor rubra e essencial
é possível que se escondam tremendo a cada batida na porta fechada para o mundo
É preciso encontrá-los antes que seja tarde
Antes que o exemplo frutifique
Antes que a invenção do amor se processe em cadeia

Há pesadas sanções para os que auxiliarem os fugitivos
Chamem as tropas aquarteladas na província
Convoquem os reservistas os bombeiros os elementos da defesa passiva
Todos decrete-se a lei marcial com todas as consequências
O perigo justifica-o
Um homem e uma mulher conheceram-se amaram-se perderam-se no labirinto da cidade

É indispensável encontrá-los dominá-los convencê-los
antes que seja tarde
e a memória da infância nos jardins escondidos
acorde a tolerância no coração das pessoas

Fechem as escolas
Sobretudo protejam as crianças da contaminação
uma agência comunica que algures ao sul do rio
um menino pediu uma rosa vermelha
e chorou nervosamente porque lha recusaram
Segundo o director da sua escola é um pequeno triste inexplicavelmente dado aos longos silêncios e aos choros sem razão
Aplicado no entanto
Respeitador da disciplina
Um caso típico de inadaptação congénita disseram os psicólogos
Ainda bem que se revelou a tempo
Vai ser internado e submetido a um tratamento especial de recuperação
Mas é possível que haja outros
É absolutamente vital que o diagnóstico se faça no período primário da doença
E também que se evite o contágio com o homem e a mulher
de que fala no cartaz colado em todas as esquinas da cidade

Está em jogo o destino da civilização que construímos
o destino das máquinas das bombas de hidrogénio das normas de discriminação racial
o futuro da estrutura industrial de que nos orgulhamos
a verdade incontroversa das declarações políticas

...

É possível que cantem
mas defendam-se de entender a sua voz
Alguém que os escutou
deixou cair as armas e mergulhou nas mãos o rosto banhado de lágrimas
E quando foi interrogado em Tribunal de Guerra
respondeu que a voz e as palavras o faziam feliz
lhe lembravam a infância Campos verdes floridos
Água simples correndo A brisa das montanhas
Foi condenado à morte é evidente É preciso evitar um mal maior
Mas caminhou cantando para o muro da execução
foi necessário amordaçá-lo e mesmo desprendia-se dele
um misterioso halo de uma felicidade incorrupta

...

Procurem a mulher o homem que num bar
de hotel se encontraram numa tarde de chuva
Se tanto for preciso estabeleçam barricadas
senhas salvo-condutos horas de recolher
censura prévia à Imprensa tribunais de excepção
Para bem da cidade do país da cultura
é preciso encontrar o casal fugitivo
que inventou o amor com carácter de urgência

Os jornais da manhã publicam a notícia
de que os viram passar de mãos dadas sorrindo
numa rua serena debruada de acácias
Um velho sem família a testemunha diz
ter sentido de súbito uma estranha paz interior
uma voz desprendendo um cheiro a primavera
o doce bafo quente da adolescência longínqua

Daniel Filipe (1925 - 1964)

03 março, 2006

Vegetariano, sim ou não?

Doenças...

Primeiro caso confirmado da doença das vacas loucas na Suécia

Gripe das aves
França e Áustria registam mais 19 casos do vírus H5N1

Alemanha: gato estava infectado com a estirpe asiática do vírus H5N1

Ao ler as primeiras páginas dos jornais, fica-se com a ideia de que ser vegetariano não é um estilo de vida mas uma forma de sobreviver...

21 fevereiro, 2006

GRIPE AVIÁRIA - IMPORTANTE

Gripe das Aves

Caso se encontre alguma ave morta na via pública deve-se avisar de imediato a Inspecção-Geral de Veterinária para recolha e posterior análise do animal e NUNCA TOCAR no mesmo. As espécies sobre as quais deverá existir maior cuidado e vigilância são: os pardais, os pombos, as perdizes, as garças e principalmente os patos, as cegonhas e as gaivotas, os mais prováveis portadores do vírus da gripe das aves.

Para tal, aqui fica o contacto:

LINHA VERDE DE EMERGÊNCIA DA GRIPE AVIÁRIA

800 207 275 - dias úteis das 8:00 às 20:00

e-mail de contacto: cenega@dgv.min-agricultura.pt

________________________________________________


Gripe das aves: confirmados 22 novos casos de H5N1 na Alemanha

20 fevereiro, 2006

Viana do Castelo

Duas aves encontradas mortas em Viana do Castelo

Duas aves hoje encontradas mortas no areal da Praia Norte, em Viana do Castelo, foram enviadas para análise ao Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, no Porto, informou fonte da Capitania

Espanha!!!

"Gripe das aves: laboratórios espanhóis analisam mais duas aves mortas"

"Na União Europeia, o vírus H5N1 foi já registado em aves mortas na Grécia, na França, em Itália, na Áustria, na Eslovénia e, nos últimos dias, na Alemanha, que conta 13 casos.
Diversos outros casos de gripe das aves foram detectados na Rússia, na Ucrânia, na Bulgária, na Croácia, na Roménia, na Turquia e no Egipto - registou hoje os sete primeiros casos do vírus H5N1." - Público

15 fevereiro, 2006

Insônia, madita insônia

def. Insônia: Excesso de vigília, incapacidade de começar a dormir ou de manter o sono.

...

Excesso? Só se for de sono. Luz acesa e um sono terrível, apaga-se a luz e os olhos não fecham nem se afastam da janela a espera do dia.
Que dia de sono.
O pior é que já são três.

13 fevereiro, 2006

Nem Deus tem o dom de escolher quem vai ser feliz


Canção de alterne
Carlos Tê / Rui Veloso

Pára de chorar
E dizer que nunca mais vais ser feliz
Não há ninguém a conspirar
Para fazer destinos
Negros de raiz
Pára de chorar
Não ligues a quem diz
Que há nos astros o poder
De marcar alguém
Só por prazer
Por isso pára de chorar
Carrega no batomAbusa do verniz
Põe os pontos nos Is
Nem Deus tem o dom
De escolher quem vai ser feliz
Pára de sorrir
E exibir a tua felicidade
Só por leviandade
Se pode sorrir assim
Num estado de graça
Que até ofende quem passa
Como se não haja queda
No Universo
E a vida seja moeda
Sem reverso
Por isso pára de sorrir
Não abuses dessa hora
Ela pode atrair
O ciúme e a inveja
Tu não perdes pela demora
E a seguir tudo se evapora

Pesadelo Iminente

Mais casos de gripe das aves na Europa.

Vírus H5N1 confirmado na Grécia, Itália e Bulgária

07 fevereiro, 2006

Nem tudo é livre

...






Luis Afonso
Publico

02 fevereiro, 2006

Receita médica especial

Gripe das aves: Portugal vai ter receita médica especial

A receita médica para o anti-viral que o Estado vai fornecer aos doentes em caso de pandemia de gripe será «especial e única» para evitar que um cidadão tenha acesso a mais do que um tratamento, disse fonte oficial.
Em declarações à Agência Lusa, a sub-directora geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que esta receita é uma das medidas do Ministério da Saúde para evitar que um utente do Serviço Nacional da Saúde (SNS) tenha acesso a mais do que um tratamento.
«Seria injusto um doente ter acesso a mais do que um tratamento, pois significaria que existiria outro que ficaria sem o medicamento», disse.
_________________________________________________
Portugal participou em dois exercícios.

Os responsáveis da União Europeia (UE) pelos testes à adequação dos planos de contingência contra uma eventual pandemia de gripe reúnem-se hoje no Estoril para avaliar os exercícios, segundo fonte da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Portugal participou nos dois exercícios já realizados, o último dos quais nos dias 23 e 24 de Novembro. Na altura, o director-geral da Saúde considerou que Portugal está «na linha da frente» para enfrentar uma eventual pandemia da gripe das aves em humanos e enalteceu a «articulação» entre sectores demonstrada no exercício.

Pesadelo que não esqueço


Gripe das Aves.

Fala-se de tudo, ... é proibida a manutenção de aves de capoeira ao ar livre, mas ... continua a existir.


Preguntas e mais preguntas:
O que é a gripe aviária ?
Existe esta doença em Portugal ?

27 janeiro, 2006

10ª Vítima da Gripe das Aves


CHINA ANUNCIA DÉCIMO CASO DE GRIPE
AVIÁRIA NO PAÍS
O Governo chinês anunciou no início desta semana a ocorrência do décimo caso de gripe aviária em humanos no país. A vítima é uma mulher de 29 anos que vive na região ocidental chinesa e administrava uma loja num mercado de produtos agrícolas na cidade de Jinhua, na província de Sichuan.

26 janeiro, 2006

Gripe das aves - vírus H5

Dois casos de gripe das aves identificados em frangos no norte de Chipre

....


Continua o aparecimento de casos na Europa...

25 janeiro, 2006

Ciência ...

É curioso como a ciência se dedica também as estatisticas, não é só o nosso governo.
O dia mais deprimente do ano
Sandra Pereira
Segundo um investigador britânico, hoje é o dia mais deprimente do ano. Cliff Arnall garante que é a conjugação de seis factores que contribui para que o dia 23 de Janeiro não seja nada optimista para muitos.
Segundo o especialista em saúde mental da Universidade de Cardiff, este é o dia mais deprimente do ano. Não se trata de futurologia mas de cálculos matemáticos que Cliff Arnall resume em seis factores que, segundo ele, se conjugam no primeiro mês do ano: o frio do Inverno, o tempo que decorreu desde o Natal, o regresso ao trabalho depois das festas, a chegada das facturas para pagar, as resoluções de ano novo frustradas e a ausência de expectativas em relação a uma melhoria do panorama nas semanas que se seguem.
No ano passado calhou na segunda-feira 24 de Janeiro. Aplicando a fórmula matemática de Arnall não restam dúvidas de que o dia 24 de Janeiro tem tudo para ser o mais deprimente de todos. Só que os efeitos fazem sentir-se com mais impacto no início da semana, o que faz com que hoje será um dia em que um grande número de pessoas se sentirá mais ou menos em baixo.
O professor recusa, no entanto, quaisquer fatalismos e diz que, a partir desta informação, a melhor a fazer é não baixar os braços. "Encorajo as pessoas a utilizar este dado como um catalizador da mudança", explica, citado pela AFP.
Mas se há um dia verdadeiramente mau do ano, a boa notícia é que, de acordo com a mesma fórmula, existe outro que tem tudo para ser excepcional. Acontecerá a 23 de Junho, sexta-feira.

23 janeiro, 2006

Nem todos os dias são rosas ...

Hoje estou num dia péssimo…
Como eu odeio estar assim, mas parece mais forte que eu…
Sabem aqueles dias em que acordam já super atrasadas?
Super stressadas?
Têm que se vestir à pressa?
Têm vontade de implicar com alguém?
Pronto, eu estou assim…